Cantora prepara 14º CD solo da carreira e ainda convive com a “sombra” do Trem da Alegria
Durante a década de 80, Patrícia Marx, hoje aos 37 anos, dava início a sua carreira musical cantando no Trem da Alegria, ao lado de Luciano Nassyn e Juninho Bill. O trio foi um fenômeno de vendas [somente com um álbum foram mais de um milhão de cópias] e emplacou sucessos como Uni, Duni, Tê, He-Man e Fera Neném. Mas 27 anos se passaram e a cantora, que se prepara para lançar seu 14º trabalho solo, ainda convive com a “sombra” de seu passado no grupo infantil.
“Ainda rola muito assédio, acho que porque dei alguns tempos na carreiro, isso fez as pessoas voltarem a lembrar de mim quando pequena”, conta Patrícia Marx. “Pelo que as pessoas falam, eu não envelheço. Vou estar velha, enrugada e ainda vão me ver como criança.”
Mesmo com as constantes abordagens de antigos fãs, Patrícia Marx revela não se incomoda, já que foram “pessoas que cresceram comigo”. “Gostava muito daquela época quando estava no Trem da Alegria, não tem como dizer que não gosto, nem pensar. Isso é meu currículo, é como se fosse procurar emprego em uma empresa e apagasse tudo isso. Faz parte da minha bagagem”, afirma a cantora.
O fato das pessoas desconhecerem seu trabalho atual e ainda ficarem ligado aos sucessos do Trem da Alegria e de seus primeiros discos solo – com hits como Certo ou errado, Doçura, Festa do Amor, Destino, entre outros -, é atribuído por Patrícia Marx ao fato das pessoas deixarem seus ídolos de lado com o passar do tempo.
“Existem muitos outros artistas importantes que as pessoas não se lembram. Não consigo entender isso, mas é a nossa realidade e temos que saber lidar com isso”, desabafa Patrícia Marx. “Cada vez que eu ‘apareço’ é como se eu tivesse sumido, mas eu sempre estive aqui, compondo, fazendo música.”
Do Trem de Alegria ficou a amizade com os antigos integrantes, principalmente os meninos: Luciano Nassyn e Juninho Bill. "Está tudo mundo no meu Facebook. Falo bastante com o Luciano e o Juninho também. Aidna tenho muito contato com os meninos, eles são uns fofos", diz.
Casamento e parceria musical
Patrícia Marx é casada há 13 anos com o produtor Bruno E., que além de ser seu parceiro afetivo, ainda é seu companheiro musical. E foi desta parceria que vieram as imersões da cantora pela música eletrônica, já que seu marido é um dos precursores do drum’n’bass no Brasil.
“Ele [Bruno E.] foi o cara que abriu um dos primeiros selos de música eletrônica, foi pioneiro. Lançou os DJs Marky, Patife, toda essa galera”, conta Patrícia Marx, que não vê problema em trabalhar com o marido, com quem tem um filho de 12 anos, Arthur. “Somos muito tranquilos, gosto de trabalhar com o Bruno. Nos damos muito bem, temos gostos muito parecidos, um ouve o outro. Quando conversamos, é 98% do tempo sobre música e budismo. Ele é um grande parceiro.”
Público gay e fã dedicados
Muitos podem pensar que o fato de Patrícia Marx tocar em boates voltadas ao público GLBT é uma tentativa de surfar nessa onda, mas para a cantora, seu público sempre foi gay. “Independente de ser eletrônico, desde o começo meu público era gay. Essa coisa da música eletrônica veio com o álbum com o Nelson Motta [Quero mais, de 1995], com uma proposta mais dance”, explica a cantora, que acabou se apresentando em casas voltadas ao público gay graças ao amigo e DJ, Mauro Borges. “Ele me chamou para tocar numa festa dele, umas músicas da década de 90, tipo Madonna, Michael Jackson. Fui lá e cantei algumas músicas com roupagem nova, foi super divertido.”
Já os fãs da cantora, que ela considera muito fiéis, sempre acompanharam sua carreira, desde os primeiros passos com o Trem da Alegria, até seus trabalhos mais recentes. “Tem letra que eu não lembro e eles me ajudam. Tenho uma relação com meus fãs que é quase uma amizade. Eles me ajudam muito, vão nos shows com camiseta, divulgam”, relata Patrícia Marx, que resolveu os constantes pedidos de antigos sucessos, dedicando um bloco especial em suas apresentações a eles. “Canto as músicas que as pessoas querem, um pedacinho de cada à capela. No meio rolam umas piadas, comentários, elas interagem mais. Também é uma forma de eu relaxar durante o show.”
Fonte:contigo.abril.com
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